quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Celebrare

  Artigo primeiro: beijarás o escudo da instituição na apresentação oficial.

  Artigo segundo: dirás que é uma honra defender tais cores e que algum parente - próximo ou distante - torce ferrenhamente para o clube e que por isso é um orgulho estar ali.
  Artigo terceiro: comemorarás todos os gols como o último, o mais importante; sempre em direção a torcida. Mostrarás disposição sempre e no momento em que a bola ultrapassar a linha do gol, irás balançar os braços até chegar ao ponto mais próximo do público.

  É, amigos. Todos esses itens são fictícios, nada disso existe. Mas para muita gente não é o que parece.

  Deixemos claro, então: os contratos assinados entre jogadores e clubes têm várias cláusulas. Porém, nenhuma delas difere da responsabilidade do clube com o profissional e - aqui chegamos - do profissional com o clube. O clube paga o jogador para que este esteja presente em todas as atividades do clube, que dedique sua vida profissional à uma instituição apenas. Treine segundo ordens, jogue quando convocado. Em momento nenhum, contrato algum, pelo que se tem notícia, rege como jogador deve ou não reagir depois de fazer gol.

  Assim como as comemorações estão cada vez mais criativas, os comentários, as criticas estão cada vez mais curiosas. Jogador já não tem o direito de não comemorar gol contra o time de coração. Agora, jogador grita, é contestado; dança, é crucificado.

  Digam-me vocês: qual o problema de o jogador não extravasar? Qual o problema de jogadores ensaiarem coreografia para "aparecerem na televisão"? Por estar, em tese, em má fase, Deivid recebeu cornetadas por não comemorar contra o time que lhe abriu portas, o Santos. A moda do João Sorrisão ganhou o mundo e tem gente que gosta, gente que não gosta.

  Caros, vivamos a democracia! Que cada um faça de seu gol a comemoração que melhor convir. Calado, Hiperativo, ensaiado, espontâneo, marrento ou não. O problema é do atleta. O que ele não pode é, por exemplo, tirar a camisa, e, possivelmente prejudicar sua equipe.

  Não dá para discutir o indiscutível, discutir se é certo ou errado algo que não cabe a ninguém, não é obrigação de ninguém. Aliás, contratos não dizem nem que é necessário fazer gols. No máximo, diz que haverá premiação por quantidade de gols marcados.

  Artigos primeiro, segundo e terceiro existem apenas para os querem que eles existam. Analisar comemoração é o fim da picada.

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