quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O zagueiro que o Brasil esqueceu

  Já adianto ser bem possível que o título acima remeta a algo já lido. Há alguns poucos anos, André Plihal escreveu sobre "o goleiro que o Brasil esqueceu". Falava ele de Diego Alves, hoje no Valencia. Mas aqui eu falo de um zagueiro. Seu nome é Alex Rodrigo Dias da Costa. Talvez você não se recorde das características deste sujeito ou pense que escrevo sobre o Alex Silva. 

  Mas é Alex. Só Alex. Faça um exercício de memória: a tradicional expressão "Meninos da Vila" remete a que último grande time santista? Por favor, se você pensar no time de 2010 eu lembro que ele foi mesmo brilhante, mas por seis meses. Recentemente, memória-Santos é Neymar. Me refiro à geração de Diego & Robinho. Aquela geração foi vice-campeã da América (perdendo para o Boca de Tévez), bi-campeã brasileira (2002 e 2004) e fez grandes alguns jovens que o alvinegro praiano comprou sem pompa, além de crias da casa, como os citados acima. Entre outros, nasceram naqueles anos para o futebol mundial o lateral-esquerdo Léo, os volantes Paulo Almeida e Renato e o meia Elano. Ah, e Alex.

  Se ainda não se lembram, este grande Alex tem assustadores 1,89m, 92 kg e cara de... bom moço. Teve o apelido de zagueiro-bonzinho. Hoje, são 30 anos na ficha e uma carreira com uma transferência para o Chelsea de Mourinho em 2004. Logo emprestado ao PSV, tornou-se ídolo na Holanda, recebeu o carinhoso e delicado apelido de Tanque pelos torcedores do time de Eindhoven. Algumas temporadas depois, o beque dono de um preciso e fortíssimo chute de direita, foi reintegrado aos azuis de Londres. Foi durante muito tempo reserva de Ricardo Carvalho e John Terry. Só isso! Titularidade seria utopia. Carvalho foi vendido ao Madrid, mas Ivanovic surgiu e sempre teve mais oportunidades que o brasileiro.


  Já declaradamente insatisfeito, Alex ruma, então, ao PSG. Seu parceiro de zaga agora é Thiago Silva. Será agora o momento do discreto Tanque aparecer aos brasileiros, de verdade? Fica a sensação de que o zagueiro ficou escondido durante seus melhores anos - morando em Londres e ganhando em Libras, é bom que se diga - mas nada apaga seu talento e as ótimas participações na seleção.

  Seu companheiro de clube é - sem questionamentos - o melhor zagueiro do mundo. Naturalmente, é incontestável também com a amarelinha. Porém, sinceramente, David Luiz é tão grande no combate? Dedé é tão seguro assim, a nível internacional? Pessoalmente, coloco Alex no mesmo nível destes outros dois. Pensando como Mano Menezes, existe apenas uma vaga no grupo de zagueiros para as próximas competições. A disputa está aberta, alguns bons nomes na briga, mas a lembrança de Alex seria mais que justa. Vejamos se agora, com um Monstro ao seu lado, o zagueiro-bonzinho volta ao lugar que merece.


quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Agonia em New Orleans



  Todo fã de NFL sabia que o ano não seria fácil para o New Orleans Saints. Durante a off-season o time sofreu severas punições da liga por ter um esquema de premiação para os jogadores da defesa que machucassem os jogadores de outro time.

  Greg Williams, técnico defensivo que implantou as recompensas, está suspenso da liga por 2 anos. Sean Payton, técnico principal, foi suspenso em não poder estar no campo, treinar o time ou simplesmente ter contato com seus atletas durante toda a temporada de 2012. Alguns jogadores também foram punidos, mas o principal foi Jonathan Vilma que vai perder os 6 primeiros jogos(lembrando que a temporada regular tem apenas 16 por time).

  Isso é suficiente para desmontar qualquer time? Um médio sim, mas não deveria ser para o sólido New Orleans e seu ataque extremamente poderoso. Infelizmente, Drew Brees não tem sido nem de perto o mesmo QB da temporada passada quando bateu o recorde de jardas em uma temporada. A defesa sente falta de seus líderes dentro e fora de campo, ainda mais com a saída de Tracy Porter para o Denver Broncos e a falta de costume com o jogo do novo técnico.

  As duas primeiras partidas foram derrotas feias. Contra Washington Redskins foram 40 pontos sofridos  para o time do QB calouro Robert Griffin III, além de Brees completando menos de 50% das tentivas e, apesar de 3 TD's, duas interceptações. Na semana seguinte em Carolina, a porcentagem de passes completos chegaram a superar 60%, mas aqui foram outras duas INT'S e apenas um TD. Já o time do segundanista Cam Newton anotou 35 pontos num jogo onde o QB do Panthers jogou um passe para TD e correu para outro, sem entregar a bola para os Saints nenhuma vez.

  E a duvida que fica é: será que a defesa do time de Lousiana vai conseguir se recuperar? Foram apenas três sacks, uma recuperação de fumble e 65 pontos anotados contra os Saints.

  O time que dominava a NFC South já não domina mais. Os Falcons agradecem. E assim vai um time que, de candidato a playoff, vai se tornando candidato a top 10 no próximo draft.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Música que incorpora o mar à alma


O som que vem fazendo minha cabeça no momento é o da banda australiana The Beautiful Girls. Surf music com rock alternativo e reggae que já conhecia há tempos, mas nunca havia ouvido com devida atenção. Som que tranquiliza e também energiza. Músicas acústicas e, às vezes, com guitarras distorcidas até ousadas para o estilo. Pela formação power trio: guitarra/violão, baixo e bateria e a sonoridade reggae, o grupo australiano faz lembrar a banda americana Sublime, a qual também é muito boa, porém não tão intimistas e relaxantes quanto os Girls.

            É uma ótima escolha pra quem surfa ou gosta de um violão acompanhado por uma melodia cantada ternamente. A bateria conduzida constantemente pelos pratos e, por vezes, com apenas o baixo segurando de base, é característica da banda. O diferencial. Violões e guitarras tocadas com slides trazem uma sonoridade blues aos riffs e solos. As letras são de caráteres reflexivos e positivos, sobre natureza e conhecimento próprio.


O grupo lançou quatro álbuns de estúdio: Learn Yourself (2003), We’re Already Gone (2005), Ziggurats (2007) e Spooks (2010), além da coletânea Water (2006) e três LPs: Morning Sun, obra prima da banda, (2002), Goodtimes (2002) e The Weight of the World (2005). Através desse site: http://www.thebeautifulgirls.com/music.html é possível ouvir e baixar os álbuns. O vocalista Mat McHugh vem trabalhando em projetos solos e lançou recentemente o álbum Love come save me (2012). Você pode conferir seu trabalho em seu site: http://www.matmchughmusic.com/.


Vieram ao Brasil por algumas vezes, mas nesse ano, cancelaram uma apresentação que fariam no Rio de Janeiro em cima da hora. Para desespero dos fãs. Nada que não aumente ainda mais uma esperada nova apresentação deles em terras tupiniquins. Afinal, vale a pena esperar por um som que acalma a alma e faz a pessoa mais ansiosa e elétrica possível, como eu, querer esfriar a cabeça e ir à praia para esquecer-se de tudo. Até aprender a surfar! 


Chamaremos de um rascunho sobre uma possível nova filosofia de vida.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Welcome to football

Darrelle Revis, camisa #24 do New York Jets é um dos melhores jogadores da liga.


Um esporte estranho. Aposto que aqueles que ainda não são muito familiarizados com o futebol americano já pensaram isso.

É preciso concordar que comparando com os esportes que nós assistimos no Brasil ele é meio bizarro. Para, volta, para, continua, alguém gritando por alguma coisa, para, um cara tomou um porradão, irado, para, volta, touchdown!

Essa coluna vai ser exatamente para você, que ainda não conhece, se familiarizar com o esporte mais popular dos EUA e também para você que já conhece, pois serão postadas análises completas dos principais jogos do domingo.

A primeira semana já foi e infelizmente essa coluna ainda não havia estreado. Agora faltam mais 20 até o famoso SuperBowl. Para quem ainda não conhece o jogo aqui seguem as regras: http://bit.ly/regrasnfl.

As regras são praticamente impossíveis de aprender sem acompanhar, para isso a ESPN e a ESPN+ vão transmitir com narração em português o primeiro jogo desta segunda semana entre Green Bay Packers e Chicago Bears. O jogo promete e aguarda por mais um fã! Acompanhe que é garantia de diversão!

Espero que gostem do esporte!

domingo, 9 de setembro de 2012

As provas da revolução

O capitão da argentina tomou decisão emblemática.
(Foto: www.mundodofutebol.net)
  Javier Mascherano é um dos melhores volantes do mundo. Tem esse status há, no mínimo, seis anos. Típico volante mordedor, titular absoluto da seleção argentina e do Barcelona... onde é zagueiro. Como zagueiro se firmou e aqui você confere que como zagueiro ele quer dar sequência à sua carreira. 

  Não, Mascherano não é um trintão que precisa recuar porque o físico não permite mais. Masc tem 28 anos. Muito menos têm altura de zagueiro: sua estatura é 1,78m. A decisão do argentino tem - certamente - a ver com a presença de Sergio Busquets no Barça. O esguio não-mordedor da equipe tem a função de honrar a origem do nome da posição em que joga e direcionar o time. Orientar por onde a jogada deve começar. Sylvinho, certa vez, disse que Guardiola o obrigava, nos treinamentos, a dar, no máximo "um toque e meio na bola". É meio por aí. E virada rápida de jogo está longe de ser característica de Mascherano.
Depois de passagens por Vasco e Porto, Souza ajuda o Grêmio
na bela campanha do tricolor neste Brasileirão.  (Foto: i0.ig.com)
  Outro grande nome da proteção à área é Yaya Touré, do Manchester City. Primeiro volante de origem, a qualidade para a saída de bola é invejável. Por aqui, o Grêmio cresceu muito de rendimento neste Brasileirão quando Elano e Zé Roberto chegaram. Meias. Em um meio-campo onde os volantes são os jovens e excelentes Fernando e Souza - que já foi titular do Porto. O time não dá chutão, ataca em bloco e tem sempre quatro jogadores para servirem os atacantes.

Mas nem tudo são flores.

  Essa nomenclatura me incomoda: "segundo-volante", como costumamos classificar determinados atletas. Vejamos um de muito sucesso: Ramires. Grande característica: capacidade aeróbica. Convenhamos, apesar da boa técnica, o ex-atleta do Cruzeiro aparece mais ofensivamente do que marcando alguém. Diguinho, do Fluminense, é outro que foi por este caminho. Raçudo, marqueteiro, bom passe, drible... e, antes de fazer sucesso, foi contratado como meia pelo Botafogo. E assim vão alguns casos. "Segundo-volante" é uma pseudo-posição. Não são poucos os que ocupam a frente da zaga sem proteger, disfarçando a ausência de poder de marcação com as qualidades de um "terceiro homem de armação de jogadas". Faça-me o favor...

O limitado Cocito fez muito sucesso.
(Foto: www.marcelodieguez.com.br)
Então...

  Então nós estamos vivendo a prova de que o jogo se ganha - quase sempre - no meio-campo: quanto mais polivalentes os jogadores que por ali jogam, maiores as chances de um bom desempenho. Provavelmente, o melhor volante que eu vi jogar é o Claude Makelele, que defendia a seleção da França. E junto dele, outros fizeram história, como Genaro Gattuso. Por aqui, o tempo de Amaral, Cocito, Mauro Silva e Jonílson está ficando para trás. Brucutus estão em processo de extinção, apesar de resistirem por aí. O contra-ponto é que o Internacional, pelo limite de estrangeiros, não coloca o grande Bolatti nem no banco, para Guiñazu poder jogar. E, assim, muitas vitórias vêm. Não há melhor ou pior. Há adaptação. Resistência aos novos tempos. Qualidade para impor o que desejas.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Tão bom - sou ou não sou?

  Um dos jogadores mais valorizados da Europa. Alto, forte, potente chute de perna esquerda. Jogada preferida: em velocidade, da ponta-direita para o centro. Hulk teve, no mínimo, duas temporadas no Porto em que pôde escolher algum dos gigantes do Velho Mundo para atuar. Chegaram propostas, acertos foram especulados, mas nada de concreto foi realizado. Propostas foram recusadas, salários foram rejeitados.

  O último quase-casamento foi relativo ao Chelsea, depois de longo namoro. A janela se fechou, restaram campeonato menos badalados. E, então, o sujeito de 26 anos não teria mais uma camisa de gigante para vestir na próxima temporada.

  O auge está passando em sua frente e a assinatura de contrato foi com o milionário Zenit, da Rússia. O que passa pela cabeça de um jogador que tantos gostariam para rumar a um outro centro médio? "Cansei de ser ídolo no Porto e quero uma nova zona, de conforto ou não", "sou muito para esses caras", "não vou me dar bem numa liga tão forte", "quero só dinheiro, reconhecimento para quê?". Há ainda a possibilidade mais maldosa: "Meu agente deu mole, fiquei de bobeira de novo... agora, já deu de Portugal! Vou para o primeiro que me quiser."

  Seja como for, o fato é que o brasileiro muito provavelmente acabou com sua carreira. Raríssimos foram os que foram à Rússia e conseguiram utilizar o gelado país como ponte. E visto o valor investido - estarrecedores 60 milhões de euros - será que o Zenit vai querer se desafazer tão facilmente do atleta? Acredito que não. Hulk pensou ser bom demais a ponto de conseguir fazer o que quer no momento que quiser. Ou não se sente seguro, não se acha bom o suficiente para manter o desempenho em alto nível em um campeonato nível A.


  De qualquer forma, é consenso geral: apesar de não ser craque, Hulk escondido na Rússia é acreditar demais na possibilidade de crescimento do campeonato russo. É um evidente desperdício para o futebol.