sexta-feira, 15 de junho de 2012

Compartilham das nossas paixões?

Qual o tamanho do vôlei? Não, você não começa a ler um pedido desculpas por poucos posts deste esporte neste blog. É que acabei de ver a linda da Sheilla, da seleção brasileira, e me veio à cabeça o papo com o Pedro Bial, certa vez: "o esporte é supervalorizado!", disse o jornalista das espiadinhas. E prosseguiu com palavras que, naquele momento, não me fizeram concordar ou contrariar, apenas as guardei e vivi a refletir, desde então.


Foi um papo espontâneo, rápido, luxuoso, mas não-exclusivo, há pouco mais de um ano, com o esporte da  bola que não pode cair já mais do que soberano nos corações brasileiros como "a segunda paixão". Basqueteiro que é, lembrou que a laranja é mundial, e que somente no Brasil o vôlei é febre. Aquilo mexeu comigo. Depois de quase uma década de hegemonia, teria eu descoberto que estamos sobre um mar de nada?

Na hora, até pensei: "Itália? Estados Unidos? Cuba?" Não seriam estes "países do vôlei"? Bem, podem até ser, mas nada que se compare ao nosso fanatismo futebolístico.

Atenção: não estou aqui tomando como verdade absoluta o que poderia ter sido um papo de bar. Nosso querido Bial não fez um estudo - até onde sei - para tais comentários. Apenas considero interessante dimensionarmos qual bola nos é mais importante e qual é mais jogada mundo afora.

Interessante que os ídolos do basquete estão todos em um único país. Refletem uma histórica soberania em suas jogadas, roupas e comportamentos e espalham fanatismo por todo o planeta. No vôlei, nós conhecemos nossos Gibas. Mas será que o mundo conhece o italiano Fei? O fenomenal cubano León? O destruidor sérvio Milosevic? O inesquecível levantador americano Lloy Ball?

Bem, acho que a espiada do Bial estava certa. O que, sejamos sinceros, pouco influencia na nossa torcida para que o Brasil traga a medalha de ouro das Olimpíadas de Londres nas quatro chances do vôlei e nas duas do basquete também. Se bem que... bem: a torcida vai ter que ser muito, muito, muito maior para que a bola laranja saia ao menos bronzeada na volta para o Brasil. Ironia?


segunda-feira, 4 de junho de 2012

Depois da última chance


Lá vamos nós de novo. Eu corto o cabelo, mudam os apelidos, a Dilma veta o Código Florestal mas a pauta persiste: Ronaldinho, Ronaldinho, Ronaldinho...


Não vamos chover no molhado dizendo que o Gaúcho não é mais o mesmo e blá, blá e blá. É lógico que não seria, a idade chega. A sensação que tenho é de que ele desistiu antes da hora, quando ainda tinha alguns anos de altíssimo nível para exibir. Mas isso foi escolha dele.

O que nos resta hoje é misturar futebol com a vida pessoal das estrelas... com todo respeito aos mineiros, graças a Deus que o Kalil levou as fofocas, festas e orgias para Minas. O conteúdo da imprensa carioca agradece.

E que fase...

Ronaldinho fez o que quis. Derrubou treinador, pagou salários, peitou dirigentes, chegou bêbado no treino, pediu cerveja no avião da delegação. Quando viu que o time não ia dar liga, os reforços iam demorar e a coisa ia ser mais apertada com o Zinho acima dele, pediu arrego. Juridicamente amparado - e o Flamengo que se cuide pra não ficar devendo mais do que os R$40mi - largou o barco. Calma que a gente chega lá.


Ele teve uma chance que poucos têm: chegou como rei, amado de antemão. Com disposição, iria longe e se tornaria um ídolo inesquecível para os rubro-negros. Sem comparações sobre o nível de idolatria, poderia ter sido protagonista. Mas não foi. No campeonato carioca de 2011, vencido pelo Flamengo, foi discretíssimo. Me vem apenas o gol de falta - importante - contra o Boavista. Na campanha no Brasileirão, foi ofuscado por Thiago Neves. Thiago Neves...

E agora o todo-poderoso Clube Atlético Mineiro. Abro aspas para mim mesmo: "tá de brincadeira, né?"

Depois de poder ter sido inesquecível para a maior torcida do mundo, vai agora para o time que consegue ser freguês do Botafogo! Que só agora está voltando a equilibrar a rivalidade, o poder de fogo em nível nacional com o maior rival - ainda assim, grande parte por demérito cruzeirense, penso.


E as sempre interessantes entrevistas do Cuca? Se o Joel, que tira onda de "Rei do Rio", penava para sair pela tangente nas coletivas, eu quero muito acompanhar as caras do atual técnico atleticano.

Sem contar que o Galo parece um carma pelo qual todo treinador tem que passar pelo menos uma vez na vida. Celso Roth ficou no quase da Libertadores, Luxemburgo foi e quase rebaixou, o Dorival! De ótimas campanhas anteriores... até o Dorival foi pagar suas penitências na Cidade do Galo. Sem contar que a praga parece ter chegado nos jogadores. Deixo para o leitor contar quantas ótimas contratações não conseguiram jogar bem com a camisa alvinegra recentemente.

Falando sério para fechar, apesar de tudo isso, vejo o Atlético numa crescente pra cima do Cruzeiro, com bom técnico e com boas perspectivas. Resta saber se o Ronaldinho, agora com um dirigente "muito macho" por cima, vai ser a cereja do bolo e levar felicidade a Minas ou se vai tentar justificar mais um fracasso daqui uns meses.