E vai Juninho. Bate Continência. Rei que bate continência para os súditos. Bate e entra em campo. Lembra dos velhos tempos, do amor antigo.
Soa o apito. A oito se mexe.
Um minuto, 34 metros, falta. "Mãe, vem cá que o Juninho vai fazer um gol!" O olhar, os passos para trás, a velha corrida, as velhas, muitas e venenosas maneiras de pegar com aquele pé direito na bola confundem o goleiro.
O quique na tinta e o hábito. A corrida, o sorriso pernambucano e a oito brilhando confirmam: a rede estufou, é gol de Juninho!
Ele aponta, procura, sabe, não sabe, quer. O que? É, ele é. Ele é o melhor cobrador de falta da história do futebol. Mais que isso, é um rei de bola. Vai tratar bem a bola assim na seleção! E vem aquele gol contra o Japão à cabeça. Aliás, quem não tem ao menos um gol de Juninho na memória...
Ele corre, comemora, abraça, é abraçado; pelos jogadores, pelos torcedores, por quem gosta da arte-bola. Aplausos foram ouvidos, sentidos e ecoados mundo a fora. Ele bate no peito, na cruz de malta, aponta ao céu, agradece.
Não, Juninho. O futebol é que agradece.
Pouco importa o resultado do jogo, o futebol é muito mais que isso. Interessa é que mais uma rede - a do lado direito das cabines do Pacaembu - tem a honra de ter sido balançada. Mais uma vez, talvez.
Esteja rebatizado, reizinho. Esteja feliz, Juninho.
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