Ano passado, quando o elenco do Botafogo tinha condições de proporcionar ao técnico Joel Santana um jogo mais ofensivo, que tivesse mais posse de bola, atacasse mais o adversário, o técnico botafoguense preferia escalar o time de maneira defensiva, "soltando a coleira" no intervalo ou durante o segundo tempo. O resultado foi uma boa campanha no Campeonato Brasileiro, mas a desconfiança de muitos torcedores.
Não são poucas as pessoas que comentam a possibilidade do treinador querer fazer do clube que comanda objeto de crescimento profissional, fechando a defesa e cansando o adversário no primeiro tempo, e colocando quantos atacantes puder na segunda etapa, colhendo assim, todos os louros pela substituíção: "o dedo de técnico".
O argumento é falho, cabem várias defesas, mas o treinador alvinegro cada vez oferece mais argumentos aos críticos. A maior prova foi ontem: Joel Santana sacou o rápido zagueiro João Filipe, que jogaria pela direita, e o substituiu por Rodrigo Mancha, volante que faria sua estreia como titular. Rodrigo atuou como zagueiro, e marcava individualmente Ronaldinho.
Rodrigo não anulou Ronaldinho, o craque jogou pouco por conta própria, mas uma vez. O fraco Rodrigo não foi o problema do Botafogo no primeiro tempo. Apenas uma fraca bicicleta de Márcio Azevedo para contabilizar as finalizações alvinegras do primeiro tempo mostram que o problema foi a falta de posse de bola. O time já entraria, sabidamente sem os ótimos Marcelo Mattos e Bruno Thiago, jogador taticamente mais importante do time: meia rápido, barrou Somália e atua de volante dando velocidade na saída de bola e ainda auxília o instável Renato Cajá, que joga distante da área, na armação.
O Flamengo fez uma partida regular, explorando as individualidades e se segurando nos defeitos. No intervalo, Joel sacou Márcio Azevedo, que vinha sozinho pela esquerda e colocou o meia Everton, deslocando Somália para a ala. Mais uma vez, "soltou a coleira" de forma a fica com os méritos. Gol de Abreu aos 3 minutos da segunda etapa.
A partir daí o jogo ficou bom, com domínio botafoguense, mas oportunidades para os dois lados. Joel provava que poderia ganhar o jogo se simplificasse. A entrada de Rodrigo foi totalmente desnecessária.
Ambos os lados poderiam ter saído vencedores, a atenção chamada aqui é pela falta de ousadia. Luxemburgo montou seu time e com o andar de carruagem colou Negueba pela direita, destruindo Arévalo, fazendo inclusive com que o volante pedisse pra sair, cansado. Diego Maurício entraria depois no lugar de Ronaldo Angelim, autor do gol rubro-negro, para atuar pelo lado esquerdo de ataque. Renato foi para a lateral-esquerda, grande entrave da temporada para Luxa resolver.
Se quissse ser ainda mais ousado, o que seria talvez pedir demais, Joel poderia colocar Lucas no lugar de Rodrigo Mancha, para fazer dupla pela direita com Alessandro e explorar o complicado lado esquerdo do time adversário. O mérito do Flamengo é indiscutível, mas Joel provou que poderia ter ganho o jogo.
Enquanto isso, do outro lado do eixo...
O Santos de Elano, sim, de Elano, perdeu para o Corinthians no clássico paulista do final de semana. Mais do que os 3 pontos, a vitória consolida a nova vida no Parque São Jorge. Uma vitória simbólica, em que Fábio Santos, pasmem, marcou dois gols e não deixou dúvidas quanto a sua capacidade de substituir Roberto Carlos e Liédson fez um gol de cobertura que parecia homenagear Ronaldo. A crise pós-eliminação, que cessou com a comoção pela aposentadoria do ídolo mundial está de vez no passado.
Nos pampas...
O moderníssimo Sport Club Internacional demitiu o técnico de seu time B e barrou a equipe secundária do Beira Rio, após eliminação no prmeiro turno do Campeonato Gaúcho. Caberá aos comandados de Celso Roth jogar a competição. Até onde esperavam chegar com jogadores que não tem capacidade de compor o elenco da equipe principal? #Amadorismo
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