sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Amistosos: males bem-necessários

  É realmente muito estranho. Enquanto os outros dão a vida por vaga na Copa do Mundo, nós temos que fazer do mais esdrúxulo adversário um alguém importante. É preciso acreditar. Mais do que entender.

  É mesmo difícil aceitar que com o campeonato brasileiro pegando fogo, seu time perca os jogadores mais importantes para a Costa Rica. É chato. Nem audiência dá, creio.

  O que devemos entender é a necessidade. Quanto mais a seleção jogar e destruir o torneio que for agora, menos problemática será a situação em 2014. Sim, porque o amante da bola tem seu time no coração sempre, mas na Copa do Mundo a seleção precisa estar 100%. Vencendo, convencendo, empolgando e goleando. O que precisamos acreditar - e ver - é que cada jogo nos deixa uma história que não é esquecida por Mano Menezes. Para o mal ou para o bem.


  Quem não se lembra da voadora de Hernanes contra a França? Da  paçocada do André Santos contra a Alemanha e do cochilo do Douglas contra a Argentina? O Mano também não esqueceu do migué do Marcelo. Geladeira para a marra e a volta em grande estilo. Bom para a seleção. Hernanes pôde voltar também, todos são passivos de erros e a qualidade do polivalente é inegável. André Santos e Douglas têm seus poréns.

  E é nesses poréns que quero chegar. As oportunidades aos concorrentes. Oportunidades que vão, aos poucos, moldando o grupo e fazendo com que cada um vá cavando sua vaga - pela qual é preciso lutar para se manter também. Oportunidades que só são possíveis com mais e mais jogos.


  Contra a Argentina, Bruno Cortêz justificou uma próxima - e muito mais que provável convocação. A dezesseis, por hora, é sua. Hulk mostrou que dá profundidade e variáveis táticas a equipe e se firma na disputa no ataque.


  Como é bom ver Ronaldinho tomando conta do meio-de-campo. Consciente de que as pernas pesam, de que não é mais possível arrancar como outrora, ele se torna o meio-campista idealizado em Paulo Henrique Ganso. O jogo contra a Argentina teve Rômulo e Danilo bem. Em algum momento, lá atrás, Luiz Gustavo foi acionado e agradou. Fernandinho dá boa dinâmica ao meio, apesar de não ser unanimidade. Dedé se firmou no grupo dos quatro beques, Jéfferson deve tomar a vaga de Júlio César depois da partidinha que fez contra o México.


  Vê? Todos esses "detalhes" construídos à base de amistosos. É importante treinar a capacidade contra os grandes, adversários constantes nas fases agudas, e contra os pequenos, que volta e meia produzem surpresas.

  Se não há eliminatórias, que venham amistosos. Que venha o Gabão!

Um comentário:

  1. Esse que é o problema. A seleção Brasileira não é a mesma, as outras seleções se desenvolveram e o Brasil se acomodou. Agora é correr atrás do prejuízo e não decepcionar em casa.

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