segunda-feira, 4 de junho de 2012

Depois da última chance


Lá vamos nós de novo. Eu corto o cabelo, mudam os apelidos, a Dilma veta o Código Florestal mas a pauta persiste: Ronaldinho, Ronaldinho, Ronaldinho...


Não vamos chover no molhado dizendo que o Gaúcho não é mais o mesmo e blá, blá e blá. É lógico que não seria, a idade chega. A sensação que tenho é de que ele desistiu antes da hora, quando ainda tinha alguns anos de altíssimo nível para exibir. Mas isso foi escolha dele.

O que nos resta hoje é misturar futebol com a vida pessoal das estrelas... com todo respeito aos mineiros, graças a Deus que o Kalil levou as fofocas, festas e orgias para Minas. O conteúdo da imprensa carioca agradece.

E que fase...

Ronaldinho fez o que quis. Derrubou treinador, pagou salários, peitou dirigentes, chegou bêbado no treino, pediu cerveja no avião da delegação. Quando viu que o time não ia dar liga, os reforços iam demorar e a coisa ia ser mais apertada com o Zinho acima dele, pediu arrego. Juridicamente amparado - e o Flamengo que se cuide pra não ficar devendo mais do que os R$40mi - largou o barco. Calma que a gente chega lá.


Ele teve uma chance que poucos têm: chegou como rei, amado de antemão. Com disposição, iria longe e se tornaria um ídolo inesquecível para os rubro-negros. Sem comparações sobre o nível de idolatria, poderia ter sido protagonista. Mas não foi. No campeonato carioca de 2011, vencido pelo Flamengo, foi discretíssimo. Me vem apenas o gol de falta - importante - contra o Boavista. Na campanha no Brasileirão, foi ofuscado por Thiago Neves. Thiago Neves...

E agora o todo-poderoso Clube Atlético Mineiro. Abro aspas para mim mesmo: "tá de brincadeira, né?"

Depois de poder ter sido inesquecível para a maior torcida do mundo, vai agora para o time que consegue ser freguês do Botafogo! Que só agora está voltando a equilibrar a rivalidade, o poder de fogo em nível nacional com o maior rival - ainda assim, grande parte por demérito cruzeirense, penso.


E as sempre interessantes entrevistas do Cuca? Se o Joel, que tira onda de "Rei do Rio", penava para sair pela tangente nas coletivas, eu quero muito acompanhar as caras do atual técnico atleticano.

Sem contar que o Galo parece um carma pelo qual todo treinador tem que passar pelo menos uma vez na vida. Celso Roth ficou no quase da Libertadores, Luxemburgo foi e quase rebaixou, o Dorival! De ótimas campanhas anteriores... até o Dorival foi pagar suas penitências na Cidade do Galo. Sem contar que a praga parece ter chegado nos jogadores. Deixo para o leitor contar quantas ótimas contratações não conseguiram jogar bem com a camisa alvinegra recentemente.

Falando sério para fechar, apesar de tudo isso, vejo o Atlético numa crescente pra cima do Cruzeiro, com bom técnico e com boas perspectivas. Resta saber se o Ronaldinho, agora com um dirigente "muito macho" por cima, vai ser a cereja do bolo e levar felicidade a Minas ou se vai tentar justificar mais um fracasso daqui uns meses.



Um comentário:

  1. Champs, que levada de texto!
    A nação do futebol tem mania, mania não, obsessão por cuspir no prato em que come.
    "Ronaldinho fez merda? Fez... Vamos contratar o Adriano?" WTF??!?!?!?!

    O futebol nacional consegue ser mais desordenado, sem planejamento, desviado do que o gasto público dos contribuintes (ou igual)! ISSO PORQUE FUTEBOL É RELIGIÃO, ou seja, é amenizado! Eu fico realmente pensativo com a falta de opinião e a parcialidade que a mídia dá pra esses assuntos que, deviam demonstrar a merda que os clubes fazem, e não só os jogadores, comissão técnica, afins. Joga a merda no ventilador, mostra de que lado você tá, e foda-se! E quando falo mídia, me refiro ao público também, que afinal de contas é a base de apoio à essa fanfarronice.

    Que as pessoas são partidaristas todo mundo sabe (lê-se Globo), mas a troco de que? De perpetuar um ciclo vicioso de fanatismo não fundamentado. Morre Diabo! Ta chateado porque? Porque financiou essa merda e não teve retorno? Caralho, parece familiar?

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