sexta-feira, 9 de março de 2012

Seja hermano, Ronaldinho

(Foto: uk.eurosport.yahoo.com.com)
  A noite desta sexta-feira (09) foi de basquete na NBA. E nela, foi impossível não lembrar do futebolista Ronaldo de Assis Moreira.

  Acontece que jogaram, em San Antonio, Spurs e Los Angeles Cllipers. Acontece que Emanuel Ginóbli foi um espetáculo à parte. Não que o time da casa tenha vencido, não que o argentino tenha sido o cestinha da partida. Não. Manu Ginóbli foi um exemplo.

  Para quem não acompanha basquete ou não conhece a sumidade que é o argentino, Emanuel Ginóbli é daquelas obras primas pelas quais agradecemos ao divino por podermos ver atuando. Já veterano, perdeu há algumas temporadas o posto de titular. Porém, aos 34 anos, continua capaz de, como diríamos no futebol, entrar no meio da partida e arrumar o time.

  Esta noite, como de costume, foram lançamentos, digo, passes cirúrgicos, orientação ao mais novos depois de cada chuá, e o mais importante: disposição por cada bola, uma luta contra o cansado tipo físico esguio (mesmo com quase dois metros de altura). Quem gosta ao menos de assistir a bola laranja rolando sabe o quanto um tapinha que atrase a jogada do time adversário é importante no placar final. Como se fosse surpresa, o craque anotou 22 pontos. Nas estatísticas, quatro acertos em cinco tentativas em bolas de três.

(Foto: alemdoplacar.com)
  Ah, Ronaldinho! Quem nos dera se você se inspirasse no perfil do argentino. Parece que se esquece que para praticar qualquer esporte em nível profissional é preciso ser atleta, querer ser atleta. Sem vontade, não é possível nem sobreviver com lempejos geniais - como fizeram muitos - neste mundo. Para ser atleta é preciso treinar, querer treinar. Não é preciso ser uma máquina que está sempre no auge, mas o gaúcho se entrega quando cai bruscamente de rendimento depois de toda a glória no Barcelona e não mais se firma.

  Já derrubou um treinador no Flamengo. Mesmo com as vaias, deve ficar na Gávea até o final deste ano ou a metade da próxima temporada. Mas seus 31 anos pesam mais que os 37 de muitos. O próximo passo é o mundo árabe. Já pensou, morar em Dubai? Vários brasileiros por perto... Ou Nova York! Um sonho... Henry e Beckham por perto, as farras seriam das boas...

(Foto: monstrosdofutebol.com.br)
  Pois é, Ronaldinho. Você decepciona seus fãs ao se acomodar consigo mesmo. Decida se quer continuar sua carreira ou se as festas de sempre em Barcelona, em Milão ou Paris é que vão continuar te consumindo dentro de campo.

  Divirta-se, enquanto não tem seus companheiros contra você. Porém, se não sabes, grande, para jogar esportes coletivos é preciso contribuir.

  Inspire-se em Ginóbli, Ronaldinho. Ou decida sua vida. Por nós, seja mais irmão.

2 comentários:

  1. Acho bastante pertinente a comparação. E acho que, a exemplo do que já fizeram muitos jogadores, a vida fora dos campos não nos diz respeito. Existe um limite, é claro, mas a mídia expõe o jogador como se ele não pudesse ser gente. Isso pode enlouquecer uma pessoa e acabar precocemente com a carreira de um atleta - futebolistas no caso do Brasil -, como já vimos tantas vezes acontecer.

    Não creio que o problema do Ronaldinho seja o excesso de balada, e sim a falta de tesão e, mais que isso, a falta de comando. O Gaúcho, mesmo no seu auge, nunca foi um líder. Seu talento absurdo dava conta do recado, mas agora que a idade começa a pesar, a falta de ritmo começa a pesar, falta atitude. Se ele tivesse vontade, quisesse se comprometer, se entregasse, ele seria tão importante quanto o Juninho é pro Vasco, por exemplo. Mas o gaúcho já deixou de ser atleta há muito tempo...

    Abs,
    Beto Passeri

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  2. Exato, Beto. Como eu disse, "é preciso querer ser atleta". A vida pessoal dele só interessa ao mundo esportivo quando interfere no seu rendimento, penso. Veja o Diguinho, do Flu. Nunca negou que é baladeiro e é titular. Exemplo raso, sei. Mas pensemos que depois de ir pro pagode Ronaldinho sempre aparece na manhã seguinte de migué no treino...

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