sábado, 10 de março de 2012

A arte de se reinventar

   A área esportiva é uma das mais concorridas entre os estudantes de jornalismo. É um sonho para o jovem poder diariamente escrever sobre um assunto que ama e entende desde que se entende por gente e ainda receber dinheiro para fazê-lo. A televisão nos mostra a satisfação e a alegria de um jornalista esportivo ao comentar ou escrever sobre o que aconteceu no jogo passado, podendo dar sua própria opinião.

   Muito mais que apenas escrever, o jornalista pode também assistir a jogos nos estádios ao trabalhar, estar próximo dos jogadores em coletivas e entrevistas e viver aquela realidade ali, bem de perto, como sempre sonhou. Muitos desses jovens aspirantes a jornalistas esportivos, um dia, na verdade, quiseram estar em campo, honrando a camisa de um clube, sentindo o calor da torcida e praticando seu esporte favorito. Mas o destino lhes reservou outro objetivo.

   Com o passar do tempo, será que a rotina de escrever e analisar o empate morno do Flamengo ou a eliminação precoce do Botafogo na Copa do Brasil – não que isso sempre aconteça – não se torna tediosa e repetitiva? É uma grande dúvida minha. Eu, como futuro jornalista, terei que escrever sobre tudo e é claro, sobre futebol. Receio que não seja essa vida boa que pensam. Ficar sentado escrevendo títulos óbvios e clichês e narrações de jogos inteiros em uma matéria não devem ser tão satisfatórios assim pra sempre.

   Esse texto serve também para não-jornalistas que, assim como muitos, amam futebol e gostam de ler matérias interessantes sobre a mitologia que é o futebol. Para que valorizem mais as matérias bem elaboradas feitas pelos grandes do jornalismo esportivo brasileiro. Tem muito cara por aí “se achando” escrevendo o que todo mundo escreve. Reproduzindo. Vamos pensar, ter novas ideias.
   Por isso, há de se saber a arte de se reinventar. Um grande jornalista é ousado, não segue a maré, quebra paradigmas, inova. Utiliza-se de ironia e bom humor para dar uma nova cara à matéria. Sempre as transforma em crônicas e utiliza-se de metáforas para descrever determinada situação. Se tornando cronistas esportivos. Esses de destacam. São reacionários. Devemos nos inspirar em Armandos Nogueiras, Joões Saldanhas, Nelsons Rodrigues. Claro que o conservadorismo do jornalismo deve ser preservado, mas a inovação e a criatividade são sempre bem-vindas. Diga sim ao bom jornalismo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário