terça-feira, 6 de março de 2012

A classe em um lampejo

   Um dos mais belos lances proporcionados pelo futebol. Um momento de rara sensibilidade e inteligência onde a bola faz um dos mais difíceis e improváveis trajetos em forma de parábola até o gol adversário. Chego a confessar que é um dos tipos de gol que mais me agrada, me encanta. Apenas grandes jogadores, detentores de classe e muita técnica, são capazes de saber o exato momento de aplicar o chute.

   O toque de cobertura é pura poesia. Um lampejo cerebral de Shakespeare, Saramago ou até mesmo Drummond e Pessoa. É o trecho final que conclui com chave de ouro um belo texto que acabara de ler. Há de haver até aquele momento de arrepio aos braços, onde você confere se os pelos sobre a pele estão de pé.

   Não há narrador que não se empolgue com um gol de cobertura. Há sempre uma narração incomum e muito mais empolgada, eufórica. Independente do jogo, se o lance acontece, não há quem não pare para ver o replay. O lance transmite a ousadia e a calma de um jogador que sabe executar um chute certo na hora certa. Onde há a objetividade, que é o que mais precisamos no futebol brasileiro atualmente.

   Abaixo, selecionei gols de alguns dos jogadores que mais gosto para vossa apreciação. São eles: Cruyff, o maior gênio do futebol holandês e o homem que trouxe ao Barcelona atual a mais bela forma de se jogar futebol; Maradona, o maestro argentino especialista em gols de cobertura; Ronaldo, o homem que parou a Vila Belmiro em 2009 com um dos gols mais reprisados dos últimos tempos do futebol brasileiro.

   Romário, o baixinho rei da pequena área que esnobava ao deixar o goleiro estabanado ao voltar para tentar pegar a bola; Alex, o maior responsável pela tríplice coroa do Cruzeiro em 2003 e pela melhor campanha de um time brasileiro na era dos pontos corridos; e Ronaldinho, um dos mais criativos jogadores dos últimos tempos, capaz de executar chutes e dribles inesperáveis.

   Apreciem!






Estamos de volta!

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