quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A lâmpada

  Parece uma lâmpada que não queima como de praxe: algumas vão se apagando, apagando, até não acenderem mais.

  Este é Marcos, Marcão. Personagem acima de qualquer crítica. Ele é a própria crítica. Está ruim, está ruim. Está bom, é santo! São Marcos. O último dos sinceros.

  Quantos céus e quantos infernos conheceu.
  Mas a idolatria nunca perdeu.

  Simpático a todos. Mas de bravo e frágil corpo. Quantos milagres justificaram berros de narradores. Quantas vezes a dor nos era solidária quando as sempre problemáticas lesões o impediam de voar.

  E a calvice foi cada vez menos vista. Cada vez mais especial era a presença do grande mito.

  Vinte anos de carreira, de Palmeiras.
  O grande 12.

  Os anos se passavam e a tal lâmpada seguia com brilhos cada vez mais esporádicos, espaçados.
  
  Reapresentação.
  Ele vai aparecer. 
  Hora da lâmpada acender.
  
  -Vou chorar.

  É melhor não ver.


  Nesta quarta-feira luvas são penduradas.
  E, como sempre, reverenciadas.

Um comentário:

  1. Legal a homenagem! Grande goleiro! Era a safra do futebol brasileiro que não se vê mais hoje.

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