Uma bola no travessão de Alexandre Pato e um chute de Robinho cortado em cima da linha pelo zagueiro venezuelano - há quem diga ter sido de mão. E foi isso. Apenas isso. Muito pouco para a seleção pentacampeã do mundo. Muito pouco para a proposta de renovação. Muito pouco para quem tem as palavras "ousadia" e "alegria" gravadas nas chuteiras.
Não adianta falar mal do campo - por pior que fosse -, ou exaltar a "melhor Venezuela de todos os tempos" (?). Até porque o time "vinho tinto" é pra lá de mequetrefe. O que faltou foi raça, garra e vontade de vencer. A falta de objetividade foi irritante. O ritmo de treino tirou todos os brasileiros do sério. Essa seleção de Mano Menezes toca a bola como se estivesse goleando o adversário, mesmo que não esteja nem à frente do placar. Passa a impressão de que os jogadores pensam que pela qualidade que possuem, podem resolver a partida a qualquer momento - vimos que não é bem assim.
É bem verdade que nem tudo é passível de críticas negativas. Lúcio e Thiago Silva formaram ótima dupla de zaga e Lucas Leiva calou seus críticos, sendo o jogador mais lúcido em campo e acertando quase tudo que tentou durante a partida.
Por outro lado, Neymar e Paulo Henrique não foram nem notados em campo. Ramires parecia cego em tiroteio - errou tudo. Robinho continua a ser o triatleta de sempre (corre, pedala e nada). E Mano Menezes mexeu muito mal no time, colocando Fred no lugar de Robinho sem deslocar Pato para a ponta e demorando a entrar com Lucas e Elano - que seriam, ambos, meus titulares.
A Venezuela comemorou o resultado de 0 a 0 como se fosse um título. Mas a grande verdade, é que o Brasil saiu derrotado sim - para a própria prepotência. Apenas um ponto contra o adversário mais fraco do grupo coloca à prova o trabalho de Mano para as próximas partidas. E se continuar assim, é bem provável que tenhamos outro comandante até 2014.
Boa Daniel!
ResponderExcluirMas acho que nem tudo está perdido. É bom ver uma solidez defensiva, uma organização para atacar. Mas é preciso atacar em bloco. Esse 4-2-3-1 precisa de trabalho em grupo. Com tempo, Ganso ficará um pouco mais atrás da linha dos atacantes, Neymar e Robinho ficarão menos presos às pontas, e Pato ficará menos dentro da área esperando um passe ou cruzamento. Nesse esquema idêntico ao do Corinthians da época de Mano, é necessário tempo e jogos para o entrosamento ser adquirido. Quando adquirido, veremos um jogador fazendo o outro jogar. Veremos Ramires sendo Elias, Ganso sendo Douglas, Pato sendo Ronaldo. Claro, tudo isso em termos táticos.