terça-feira, 13 de março de 2012

O que muda?

"Abri o olho tarde demais."
  
   Finalmente Ricardo Teixeira deixou a presidência da CBF. É com muito prazer que escrevo e vocês leem essa notícia. Não tinha como deixar de escrever uma notinha sobre isso. Foram 23 anos de títulos e denúncias de corrupção. Já estava mais do que na hora. Anos e anos de superávits nas contas do futebol brasileiro. Mas e aí? O que muda? Em minha opinião, pouca coisa. Seu substituto, José Maria Marin, foi visto ano passado furtando uma das medalhas da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Justificou-se dizendo que era cortesia da Confederação Paulista de Futebol e ainda considera o fato uma piada. Devemos ser honestos, já tem um “pezinho” na falcatrua, malandragem.

"My precious!"

   Para completar, afirmou que iria trabalha junto ao Romário no conselho do Comitê Organizador Local (COL). Romário trabalha em Brasília e não tem nada a ver com o COL. Ronaldo faz parte do COL. Começou mal. Marin afirmou que dará continuidade ao trabalho de Teixeira. O que significa: amistosos sem nexo para arrecadação de verba nos estádios do Arsenal e cada vez mais desinteresse da população à seleção brasileira. Logo em tempos de Copa no Mundo no país. Não podemos interromper o processo de obras e preparação para a Copa. Será que alguma coisa vai mudar? Deixo vocês com as palavras de Romário postadas em seu Facebook ontem:

   "Hoje podemos comemorar. Exterminamos um câncer do futebol brasileiro. Finalmente, Ricardo Teixeira renunciou a presidência da CBF. Espero que o novo presidente, João Maria Marin, o que furtou a medalha do jogador do Corinthians na Copa São Paulo de Juniores, não faça daquele ato uma constante na Confederação. Senão, teremos que exterminar a AIDS também.

Desejo boa sorte ao novo presidente e espero que a partir de hoje (acho muito difícil e quase impossível) a CBF dê uma nova cara para o nosso futebol.

Tô muito feliz em saber que participei deste momento de vitória e de mudança para o futebol brasileiro. Não só acredito, mas também espero, que uma limpeza geral deve ser feita na CBF. Só então, definitivamente, poderemos ficar tranquilos de que a mudança acontecerá em todos os sentidos.”

Sinceridade em pessoa.

"Tá ligado, peixe?"

sábado, 10 de março de 2012

A arte de se reinventar

   A área esportiva é uma das mais concorridas entre os estudantes de jornalismo. É um sonho para o jovem poder diariamente escrever sobre um assunto que ama e entende desde que se entende por gente e ainda receber dinheiro para fazê-lo. A televisão nos mostra a satisfação e a alegria de um jornalista esportivo ao comentar ou escrever sobre o que aconteceu no jogo passado, podendo dar sua própria opinião.

   Muito mais que apenas escrever, o jornalista pode também assistir a jogos nos estádios ao trabalhar, estar próximo dos jogadores em coletivas e entrevistas e viver aquela realidade ali, bem de perto, como sempre sonhou. Muitos desses jovens aspirantes a jornalistas esportivos, um dia, na verdade, quiseram estar em campo, honrando a camisa de um clube, sentindo o calor da torcida e praticando seu esporte favorito. Mas o destino lhes reservou outro objetivo.

   Com o passar do tempo, será que a rotina de escrever e analisar o empate morno do Flamengo ou a eliminação precoce do Botafogo na Copa do Brasil – não que isso sempre aconteça – não se torna tediosa e repetitiva? É uma grande dúvida minha. Eu, como futuro jornalista, terei que escrever sobre tudo e é claro, sobre futebol. Receio que não seja essa vida boa que pensam. Ficar sentado escrevendo títulos óbvios e clichês e narrações de jogos inteiros em uma matéria não devem ser tão satisfatórios assim pra sempre.

   Esse texto serve também para não-jornalistas que, assim como muitos, amam futebol e gostam de ler matérias interessantes sobre a mitologia que é o futebol. Para que valorizem mais as matérias bem elaboradas feitas pelos grandes do jornalismo esportivo brasileiro. Tem muito cara por aí “se achando” escrevendo o que todo mundo escreve. Reproduzindo. Vamos pensar, ter novas ideias.
   Por isso, há de se saber a arte de se reinventar. Um grande jornalista é ousado, não segue a maré, quebra paradigmas, inova. Utiliza-se de ironia e bom humor para dar uma nova cara à matéria. Sempre as transforma em crônicas e utiliza-se de metáforas para descrever determinada situação. Se tornando cronistas esportivos. Esses de destacam. São reacionários. Devemos nos inspirar em Armandos Nogueiras, Joões Saldanhas, Nelsons Rodrigues. Claro que o conservadorismo do jornalismo deve ser preservado, mas a inovação e a criatividade são sempre bem-vindas. Diga sim ao bom jornalismo.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Seja hermano, Ronaldinho

(Foto: uk.eurosport.yahoo.com.com)
  A noite desta sexta-feira (09) foi de basquete na NBA. E nela, foi impossível não lembrar do futebolista Ronaldo de Assis Moreira.

  Acontece que jogaram, em San Antonio, Spurs e Los Angeles Cllipers. Acontece que Emanuel Ginóbli foi um espetáculo à parte. Não que o time da casa tenha vencido, não que o argentino tenha sido o cestinha da partida. Não. Manu Ginóbli foi um exemplo.

  Para quem não acompanha basquete ou não conhece a sumidade que é o argentino, Emanuel Ginóbli é daquelas obras primas pelas quais agradecemos ao divino por podermos ver atuando. Já veterano, perdeu há algumas temporadas o posto de titular. Porém, aos 34 anos, continua capaz de, como diríamos no futebol, entrar no meio da partida e arrumar o time.

  Esta noite, como de costume, foram lançamentos, digo, passes cirúrgicos, orientação ao mais novos depois de cada chuá, e o mais importante: disposição por cada bola, uma luta contra o cansado tipo físico esguio (mesmo com quase dois metros de altura). Quem gosta ao menos de assistir a bola laranja rolando sabe o quanto um tapinha que atrase a jogada do time adversário é importante no placar final. Como se fosse surpresa, o craque anotou 22 pontos. Nas estatísticas, quatro acertos em cinco tentativas em bolas de três.

(Foto: alemdoplacar.com)
  Ah, Ronaldinho! Quem nos dera se você se inspirasse no perfil do argentino. Parece que se esquece que para praticar qualquer esporte em nível profissional é preciso ser atleta, querer ser atleta. Sem vontade, não é possível nem sobreviver com lempejos geniais - como fizeram muitos - neste mundo. Para ser atleta é preciso treinar, querer treinar. Não é preciso ser uma máquina que está sempre no auge, mas o gaúcho se entrega quando cai bruscamente de rendimento depois de toda a glória no Barcelona e não mais se firma.

  Já derrubou um treinador no Flamengo. Mesmo com as vaias, deve ficar na Gávea até o final deste ano ou a metade da próxima temporada. Mas seus 31 anos pesam mais que os 37 de muitos. O próximo passo é o mundo árabe. Já pensou, morar em Dubai? Vários brasileiros por perto... Ou Nova York! Um sonho... Henry e Beckham por perto, as farras seriam das boas...

(Foto: monstrosdofutebol.com.br)
  Pois é, Ronaldinho. Você decepciona seus fãs ao se acomodar consigo mesmo. Decida se quer continuar sua carreira ou se as festas de sempre em Barcelona, em Milão ou Paris é que vão continuar te consumindo dentro de campo.

  Divirta-se, enquanto não tem seus companheiros contra você. Porém, se não sabes, grande, para jogar esportes coletivos é preciso contribuir.

  Inspire-se em Ginóbli, Ronaldinho. Ou decida sua vida. Por nós, seja mais irmão.

terça-feira, 6 de março de 2012

A classe em um lampejo

   Um dos mais belos lances proporcionados pelo futebol. Um momento de rara sensibilidade e inteligência onde a bola faz um dos mais difíceis e improváveis trajetos em forma de parábola até o gol adversário. Chego a confessar que é um dos tipos de gol que mais me agrada, me encanta. Apenas grandes jogadores, detentores de classe e muita técnica, são capazes de saber o exato momento de aplicar o chute.

   O toque de cobertura é pura poesia. Um lampejo cerebral de Shakespeare, Saramago ou até mesmo Drummond e Pessoa. É o trecho final que conclui com chave de ouro um belo texto que acabara de ler. Há de haver até aquele momento de arrepio aos braços, onde você confere se os pelos sobre a pele estão de pé.

   Não há narrador que não se empolgue com um gol de cobertura. Há sempre uma narração incomum e muito mais empolgada, eufórica. Independente do jogo, se o lance acontece, não há quem não pare para ver o replay. O lance transmite a ousadia e a calma de um jogador que sabe executar um chute certo na hora certa. Onde há a objetividade, que é o que mais precisamos no futebol brasileiro atualmente.

   Abaixo, selecionei gols de alguns dos jogadores que mais gosto para vossa apreciação. São eles: Cruyff, o maior gênio do futebol holandês e o homem que trouxe ao Barcelona atual a mais bela forma de se jogar futebol; Maradona, o maestro argentino especialista em gols de cobertura; Ronaldo, o homem que parou a Vila Belmiro em 2009 com um dos gols mais reprisados dos últimos tempos do futebol brasileiro.

   Romário, o baixinho rei da pequena área que esnobava ao deixar o goleiro estabanado ao voltar para tentar pegar a bola; Alex, o maior responsável pela tríplice coroa do Cruzeiro em 2003 e pela melhor campanha de um time brasileiro na era dos pontos corridos; e Ronaldinho, um dos mais criativos jogadores dos últimos tempos, capaz de executar chutes e dribles inesperáveis.

   Apreciem!






Estamos de volta!

segunda-feira, 5 de março de 2012

Nem todo mundo é Chico Buarque


  "Sucesso é sucesso", já diria o filósofo. Esta palavrinha que importa para o músico. Ela pode representar mais shows, mais discos vendidos, mais trilhas na novelas, mais comemorações do Cristiano Ronaldo ou mais reproduções nas rádios mundo a fora.

  Para tal, muitos tem um dom "para te enlouquecer", outros convidam para dançar "na boquinha da garrafa", enquanto alguns garantem que vão te pegar "sábado, na balada".

  Mas emoção mesmo provocam os que tem o talento reconhecido no longo prazo para encantar com a voz e esmorecer corações com a poesia. Roberto Carlos, Caetano e Gilberto Gil são alguns dos artistas no naipe qual quero explicar. Porém, como a música - graças a Deus - é um campo bem democrático e, principalmente, como nem todo mundo é Chico Buarque, o sucesso pode vir de outras formas. Bacana é quando ele se prolonga e é assumida a rota alternativa para o agrado do público. Esse é o mérito do Papas da Língua.

  A banda gaúcha nunca escondeu a estratégia: conquistar o público através de canções simples, curtas, quase sempre bobinhas e que tratem do mais nobre dos sentimentos, o amor. Aqui, o primeiro sucesso (se você já ouviu, ouviu muito):


  Outro elemento indispensável para o sucesso - mesmo que não avassalador (sem trocadilhos, desta vez) ou tão constante - é o carisma e a voz do vocalista Serginho Moah. Voz e composição parecem sempre feitos um para o outro.


  Apesar de se classificarem como rock e terem um álbum chamado"Disco Rock", nem com as bandas conhecidas por tocarem o chamado rock nacional Papas da Língua tem a ver. É sim, mais uma boa banda brasileira. Lua Cheia, Pensando Nela e Blusinha Branca pedem atenção, mas encerramos o post de hoje com a versão de um clássico da MPB que arrepiou o Planeta Atlântida: