quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Respeito para quem merece

  Dez e quarenta da noite e eu começando a escrever sobre Rubens. Porém, precisando de mais dados recorro a grande rede. Twitter na aba seguinte e um post - coincidente - do dito cujo: "time to go... karting with the kids here in Orlando tomorrow".

  Assim é e deve ser daqui para frente a vida deste provável ex-piloto: curtindo a vida, a família, os milhões arrecadados em duas décadas de automobilismo.

  A carreira de Rubens Barrichello foi quase sempre da maneira como terminou: surpreendentemente ruim para seu país natal. Ele foi a promessa, depois o substituto, depois a esperança, o coitado, o ex-piloto em atividade.

  Este país, que precisa sempre de vencedores mas não tem memória, nunca olhou para Rubinho como um vencedor. Não se trata de comparar com os campeões mundiais, o que é injusto. Mas olha-lo como um raro brasileirinho que chegou no topo do sonho. Não conquistou o mundo com título de Fórmula 1, mas chegou no máximo que o talento lhe permitia: títulos por categorias inferiores, presença em grandes equipes, vítórias. Quantas pessoas chegaram a F-1? Quantos pilotos, já na categoria máxima, conquistaram vitórias em GPs? Pois é, Rubens foi um deles. Rubens merecia mais respeito.

  O povo gosta mais do piloto arrojado, não do consistente, inteligente, construtor. É até compreensível.


  E essa cara de bom moço, hein Barrichello... tem que ser badboy pra dar audiência, não é?
 Volto à parte de cima do monitor. Em outra página de pesquisa, sugestões de um site para a vida do forçadamente - mas não confirmado pelo próprio - aposentado. É possível imagina-lo como grande chefe de equipe, mas isso é problema do Rubinho. Não é digno correr pela pior equipe, penso assim. Mas isso... isso também é problema do Rubinho.

  Rubinho, você fez rir, fez chorar, provocou vergonha e orgulho. Você fez muito do exigido para quem é um vencedor! Você pode continuar, sonhar, esperar, parar. Você pode, você merece respeito. Você venceu!


quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A lâmpada

  Parece uma lâmpada que não queima como de praxe: algumas vão se apagando, apagando, até não acenderem mais.

  Este é Marcos, Marcão. Personagem acima de qualquer crítica. Ele é a própria crítica. Está ruim, está ruim. Está bom, é santo! São Marcos. O último dos sinceros.

  Quantos céus e quantos infernos conheceu.
  Mas a idolatria nunca perdeu.

  Simpático a todos. Mas de bravo e frágil corpo. Quantos milagres justificaram berros de narradores. Quantas vezes a dor nos era solidária quando as sempre problemáticas lesões o impediam de voar.

  E a calvice foi cada vez menos vista. Cada vez mais especial era a presença do grande mito.

  Vinte anos de carreira, de Palmeiras.
  O grande 12.

  Os anos se passavam e a tal lâmpada seguia com brilhos cada vez mais esporádicos, espaçados.
  
  Reapresentação.
  Ele vai aparecer. 
  Hora da lâmpada acender.
  
  -Vou chorar.

  É melhor não ver.


  Nesta quarta-feira luvas são penduradas.
  E, como sempre, reverenciadas.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Negócio da China


  A contratação do meia-atacante chinês Chen Zhi-Zhao feita pelo Corinthians pegou todos de surpresa. Não só pela negociação ter sido feita em sigilo, mas também aonde o clube paulista foi buscar o jogador. Não é a primeira vez que clubes brasileiros olham atentamente e buscam acordos com jogadores asiáticos. Recentemente, o Santos demonstrou interesse no lateral-esquerdo (que agora não me recordo o nome) do Kashiwa Reysol, seu adversário no Mundial de Clubes. O jogador é apontado com uma grande promessa e viria para ser titular da lateral da equipe, uma vez que Léo já não tem o mesmo preparo físico de antes. Mas a negociação não avançou.



  Esse novo mercado demonstra a situação financeira favorável dos clubes brasileiros, uma vez que somente nossos jogadores iam buscar espaço no Oriente. Além disso há a constante evolução do futebol asiático, o Japão é o caso principal. O investimento em jogadores e treinadores de níveis elevados aprimorou a técnica dos japoneses - e de todos os asiáticos de um modo geral - e o seu futebol deixou de ser aquela famosa correria de outrora. A maior demonstração do crescimento dos asiáticos, e em particular do Japão, como já foi citado, foi a conquista da Copa do Mundo de futebol feminino, derrotando os Estados Unidos na final, a maior potência na categoria.

  Porém, a aquisição do Corinthians me fez pensar em outro ponto. Futebol brasileiro está tão carentes de meias, que temos de buscá-los na China? O clube já tem grandes nomes para a posição como Alex e Danilo, além da contratação da incógnita Vitor Júnior, não seria o momento ideal para promover um garoto da base? Com a disputa da Libertadores e a companhia de jogadores rodados, o jovem que subiria ganharia experiência sem pressão, teria um ambiente favorável para a evolução de seu futebol. Não sou contra a vinda de jogadores estrangeiros, acredito até que seja importante o intercâmbio para equilibrar os times, as seleções e consequentemente as competições, deixando o espetáculo mais fascinante. Apenas acho que o clube, com uma categoria de base invejável, não precisava recorrer a tão longe para compor seu elenco.

  A vinda de Chen Zhi-Zhao abrirá os olhos dos clubes ainda mais para a Ásia e as portas para outros jogadores se aventurarem por aqui. Com isso, o Campeonato Brasileiro poderá aumentar gradualmente o seu nível de competitividade - que para mim já é maior do que os europeus - tornando-se a competição mais desejada e procurada pelos boleiros.